Ter a casa própria é o sonho de 87% dos brasileiros, segundo pesquisa inédita divulgada em 2022 pela plataforma Quinto Andar, em parceria com o Datafolha. É por isso que muita gente vem pesquisando maneiras de comprar um apartamento na planta, já que essa modalidade costuma apresentar condições mais atrativas.
Mas será que fazer esse investimento é vantajoso para você? A resposta, segundo especialistas, depende de alguns elementos, como o perfil de quem está comprando, além dos objetivos com a aquisição do imóvel. De todo modo, é certo que essa aplicação, quando bem realizada, pode ser bem rentável.
Por isso, se você está buscando conhecimento para ter mais segurança diante dessa transação, separamos algumas informações primordiais e levantamos quatro recomendações de especialistas ao fazer essa compra. Veja a seguir!
Como comprar um apartamento na planta?
De acordo com o CEO da construtora e incorporadora RL Costa, Renato Costa, para comprar um imóvel na planta, em primeiro lugar é preciso buscar uma construtora e incorporadora de confiança, idônea e com boas avaliações no mercado.
O segundo passo é negociar o valor de entrada com a empresa. “A burocracia costuma ser mais simples se comparada com financiamentos. Também, existe a possibilidade de parcelar a entrada e investir em prestações mais suaves até a entrega”, explica Renato.
Outra questão relevante é que, normalmente, o valor da entrada costuma ser de aproximadamente 30% do valor do imóvel, a ser negociado com a incorporadora. O restante deve ser financiado com uma instituição financeira.
Além disso, o CEO lembra que comprar um imóvel na planta é uma operação segura e amparada pela Lei de Incorporação Imobiliária. Ainda assim, ele recomenda cautela: “como em qualquer operação, é preciso ter certeza de que o seu perfil está de acordo com essa modalidade de compra”.
Em outras palavras, o especialista destaca que o comprador deve estar ciente dos prazos de entrega e disposto a aguardar o período definido em contrato. Neste ponto, muitas pessoas comparam com outras opções para só então definir o que é mais vantajoso. Vamos olhar mais de perto para essa questão a seguir.
“Além disso, é importante que o cliente verifique o registro da incorporação em cartório e se possui patrimônio de afetação, que consiste na separação do empreendimento dos bens da incorporadora. Isso resulta em uma tranquilidade maior na compra”, explica.
Comprar apartamento na planta é a melhor escolha?
Como explica Renato Costa, ao adquirir um apartamento na planta, o comprador estará assumindo o financiamento junto com a incorporadora, e, até a entrega do apartamento, as parcelas pagas à incorporadora não sofrem a incidência de juros, apenas correção do Índice Nacional da Construção Civil (INCC).
Portanto, sob o ponto de vista financeiro, comprar um imóvel na planta é mais vantajoso, porque ele pode custar até 30% menos do que um pronto. Por outro lado, se existe pressa, o melhor é escolher um apartamento já na fase final ou pronto.
O recomendável é questionar o que é mais importante no momento da compra: a economia ou a pressa? Dito isso, vamos entender o que aconselham os especialistas sobre investir em imóveis na planta.
O que dizem os especialistas sobre essa compra? 4 conselhos
Se você chegou até aqui e percebeu que esse investimento pode ser um bom negócio para o seu perfil, o próximo passo é entender alguns cuidados que devem ser tomados ao fazer essa compra para não haver arrependimentos.
Levantamos quatro conselhos que especialistas nesse tipo de operação costumam recomendar. Veja abaixo:
1.Checar a reputação da construtora e incorporadora
Antes de tomar qualquer decisão, a regra é: analise o histórico da empresa com a qual está negociando. É isso o que recomenda o coordenador da Câmara de Avaliação do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (Ibape/SP), Octávio Galvão Neto.
Em entrevista à Revista Exame, o coordenador aconselha que o comprador verifique possíveis pendências judiciais e as avaliações de clientes.
2. Checar o histórico
Antes de comprar um apartamento na planta, pesquise e conheça empreendimentos que a construtora já entregou. Ou ainda o memorial descritivo. Esse conhecimento é uma estratégia para evitar surpresas na hora da sua entrega.
3.Calcular o valor final do imóvel
Este pode parecer um conselho óbvio, mas a verdade é que muitos consumidores não prestam atenção ao cálculo final do apartamento, cujo valor é diferente quando quitado à vista.
Renato Costa, CEO da RL Costa, destaca que, quando a compra é parcelada, existem correções que incidem sobre o financiamento, levando em consideração o Índice Nacional da Construção Civil (INCC). “O importante é que a construtora e incorporadora tenha total transparência com o cliente na hora de fechar o contrato”, afirma.
4. Prestar atenção ao contrato
Você pode achar que este não é um problema a ser considerado, afinal, ler todo o contrato é a base para qualquer segurança jurídica.
Por outro lado, um estudo da Universidade de Stanford revelou que 97% das pessoas não leem contratos virtuais até o final. Não é difícil concluir que contratos físicos também não estão recebendo a devida atenção das partes.
Veja, para se proteger de informações truncadas ou mal interpretadas, o Procon recomenda a leitura total do contrato, sempre observando itens como:
- Metragem do apartamento
- Áreas comuns e individuais
- Descrição de acabamento
- Valor total da transação
- Formas de pagamento
- Índices de reajuste
Além disso, segundo especialistas, convém checar se o projeto de construção foi aprovado pela prefeitura.
Com todas essas recomendações, sempre é bom lembrar que o planejamento é imprescindível na hora de fazer essa escolha. Portanto, tenha na ponta do lápis todos os gastos que você terá com a entrada e as prestações antes e depois da entrega das chaves.
Também, é preciso ter consciência de que um imóvel na planta, depois de pronto, precisa ser decorado, portanto, não esqueça de considerar os móveis e eletrodomésticos que vão compor o seu lar.
Tomando todas essas precauções, certamente a compra não trará dores de cabeça, nem arrependimentos. Agora, o que acha de descobrir se investir em imóveis em 2023 vale a pena?