Tudo o que você precisa saber sobre fachada ativa!

Imagine a área térrea de um edifício privado interagindo com o público e a calçada; grosso modo, isso é uma fachada ativa. Mas não apenas, existem vários elementos para considerar antes de compreender essa tendência arquitetônica que voltou para ficar.

O Secovi-SP, entidade que representa o setor imobiliário, divulgou que, somente em 2021, dos 931 lançamentos de imóveis residenciais em São Paulo – capital de onde a tendência ressurgiu – 137 previam fachada ativa, ou seja, 15% do total.

Portanto, é certo que esse recurso, seja para prédio misto, residencial ou comercial, está se popularizando. Por isso, quem pretende investir em um imóvel assim precisa compreender o que é uma fachada ativa, suas vantagens e como fazer. É sobre isso que falaremos agora.

O que é uma fachada ativa?

Fachadas ativas não são apenas lojas comerciais no térreo de um edifício residencial, embora essa definição não esteja incorreta. Para compreender o verdadeiro objetivo desse artifício, é preciso olhar a sua função com mais critério.

Segundo o presidente da construtora e incorporadora RL Costa, Renato Costa, “quando trazemos esse recurso, estamos pensando na segurança, no movimento e na vida daquela rua, afinal, nada mais sombrio e inseguro do que uma via deserta cercada de concreto”, explica o presidente, que pretende incorporar fachadas ativas em empreendimentos futuros.

Em outras palavras, a fachada ativa é uma maneira criativa e inteligente de garantir que as cidades sejam mais amigáveis, trazendo segurança na interação entre privado e público. E tudo isso, com a vantagem de que esse tipo de empreendimento recebe incentivos fiscais do poder público.

Esta ruazinha de Quebec (Canadá), com imóveis antigos, ganha outra “cara” e movimento com fachadas ativas. Fotos: Freepik

Por outro lado, todos esses benefícios nem sempre foram enxergados dessa maneira. Veja a seguir.

História

A ideia de habitar, trabalhar e interagir socialmente no mesmo local nem sempre foi bem vista no Brasil, embora esta seja uma tendência mundial há algumas décadas, basta olhar o exemplo de cidades como Nova Iorque e Barcelona.

É importante contarmos essa história, principalmente para desfazer alguns mitos que ainda persistem sobre a fachada ativa, sobretudo em se tratando de edifícios residenciais.

Segundo o arquiteto Rafael Frajndlich, professor de História das Cidades na Unicamp, em meados da década de 1980 houve um movimento no Brasil destacando que condomínios fechados passavam uma maior sensação de status e segurança.

Para ele, mesmo com as estatísticas desmentindo essa ideia, a crença de que edifícios autossuficientes e isolados são melhores de se viver ainda prevalece na sociedade, porém, agora com menos intensidade, já que a tendência da fachada ativa está de volta desde 2018.

Para não haver dúvidas, vamos trazer as principais vantagens desse tipo de empreendimento. Veja no capítulo a seguir!

Quais as vantagens da fachada ativa?

Você já viu que esse recurso é capaz de promover segurança, pois traz movimento para regiões que, de outra forma, estariam desertas. De todo modo, é pertinente trazer mais alguns exemplos das vantagens que a fachada ativa oferece:

  1. Acesso a produtos e serviços: loja de roupas, academia ou cafeteria; ter uma área comercial a poucos metros do seu apartamento, não tem preço.
  2. Geração de emprego: mais comércio significa mais empregos e mais recursos para essa região.
  3. Estética otimizada: a ideia de trazer mais vida tem tudo a ver com um espaço mais belo, moderno e tecnológico.
  4. Melhoria da saúde física e mental: tanto moradores como visitantes terão um espaço para descansar, se encontrar com os amigos, fazer exercícios e etc.
  5. Interação social com o espaço urbano: uma cidade harmonizada com o público e feita para as pessoas é uma tendência que veio para ficar.

Como fazer uma fachada ativa?

Para construir fachadas ativas, é preciso estudar o Plano Diretor de cada município, que terá um cálculo próprio de zoneamento. De acordo com o Sinduscon-MG, em Belo Horizonte, por exemplo, a área de fachada ativa deve ter, no mínimo, 50% da somatória da extensão das fachadas frontais.

Além disso, uma regra geral é que esse recurso deve ter permeabilidade visual, ou seja, deve permitir a observação parcial de pedestres para o interior do edifício e vice-versa.

Nesse ponto, algumas vezes surgem questionamentos sobre a privacidade. Na realidade, segundo Renato Costa, “esse tipo de empreendimento delimita com precisão a área privada do prédio, com regras de circulação e sem risco de exposição de moradores”.

Como você pode ver, a fachada ativa é um excelente investimento, além de ser uma solução para quem quer morar com comodidade e segurança. Agora, veja uma novidade que também pode interessar: Natureza em casa: conheça a principal tendência na decoração 2022/2023.